Manuel era um homem comum sem grandes sonhos nem esperanças,
limitava-se a viver a sua vida de forma simples. Nunca sonhara com carros nem
viagens, mas um dia decidiu que tinha de perder o medo que sentia de voar e
comprou um bilhete de avião para um sítio qualquer com um nome exótico que não
conseguia pronunciar.
No
primeiro dia das suas férias, estava no aeroporto, sentado numa cadeira com as
unhas cravadas no seu casaco, tentando controlar o seu receio. Ao seu lado
sentou-se um homem com ar derrotado, o Manuel decidiu conversar com ele para se
distrair da viagem que o esperava. Chamava-se Pedro e era um imigrante que
tentava voltar para casa e ver os seus filhos, mas o voo já estava cheio e
teria de esperar pelo dia seguinte. Este pronunciou o nome da cidade com toda a
perfeição, era a mesma para onde o Manuel seguia.
Chamem-lhe
sorte ou destino, Manuel chamou-lhe Deus, ele deu o bilhete dele ao pobre homem
e voltou para sua casa. No dia seguinte veio a polícia dar à sua mãe os pêsames
pela morte do seu filho num acidente de avião. Esta confusa chamou o seu filho,
e este tem passado os últimos cinco anos a correr de cidade em cidade, de
ministério em ministério, a tentar provar que ainda está vivo.
SOrte para uns, azar para outros...
ResponderEliminarisso é verdade
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