Estava de férias, e uns amigos que via apenas no verão convidaram-me. Não era a primeira da vida. Mas, talvez por estar muito bem disposto, aquela parecia-me perfeita.
Foram tantas as cervejas, que, a determinada altura tive de ir descarregar águas junto ao mar. Afastei-me da festa, e o seu barulho desaparecia aos poucos conforme me aproximava do mar, o suficiente para não molhar os pés. Respirei fundo o ar agradável da noite e voltei.
Ao regressar notei a festa estranha, diferente. Fiquei desiludido, julgando que a festa iniciara o seu término na minha ausência.
Vi então que em vez dos balcões de bebidas estavam churrascos. Em vez de pessoas em roupa de festa, estavam de calções e chinelos. Como era possível? Não conheci nenhuma das caras, e aflito, comecei a procurar os meus amigos.
Os convivas repararam em mim. Viram-me a andar atarantado. Complacentes, pegaram-me nos ombros e sentaram-me em frente a um prato de febras grelhadas. Falaram comigo, mas não entendi nada. Não falavam a mesma língua que eu.